Ontem vi o documentário "Dundo, memória colonial" de Diana Andringa.
Um regresso às origens, em busca do sentido da vida que foi e da própria identidade. O encontro com o que resta, a decadência das casas e dos lugares, nostálgica e bela. As árvores de troncos caiados de branco, a piscina com água e sons de há 50 anos.
Bom voltar e ver-se naquele tempo, depois de tanto tempo. Encontrar-se nos que eram os outros, agora de cabeças brancas, todos iguais.
Memórias esbatidas e desencontradas na identificação das fotos, com elas nos divertimos. Malgré tout, vivendo compridamente se conquista alguma paz pela sabedoria
... e o nostálgico blue se torna céu azul.
4 comentários:
foi muito interessante realmente.
costuma-se dizer que não devemos voltar aos lugares em que fomos felizes mas às vezes há uma necessidade de resgatar algo que se impõe.
Diana Andringa no seu melhor, como sempre.
A propósito da sua frase -"vivendo compridamente se conquista alguma paz pela sabedoria" - passo a citar:
"Em 1950, o psicanalista Erik H. Erikson, num famoso tratado sobre as fases de desenvolvimento da vida, identificou a sabedoria como produto provável, mas não inevitável, do envelhecimento. A sabedoria surgia, sugeria ele, no oitavo e último estágio do desenvolvimento psicossocial, que ele descrevia como "integridade do ego em contraposição ao desespero".
Caso uma pessoa desenvolvesse suficiente "integridade do ego" ao longo da vida, a aproximação iminente da enfermidade e morte viria acompanhada da sabedoria como virtude. Infelizmente para os pesquisadores posteriores, Erikson não definiu o que entendia por sabedoria..."
É um prazer visitar este blogue.
JJ
Bem escolhida a citação, JJ, obrigada. Sabedoria também é isto de pegar numa ideia e acrescentar-lhe mais valia.
Neste caso trata-se de capacidade inata, mais do que produto do envelhecimento.
A arte da sabedoria cultiva-se como qualquer outra arte, pratica-se até como qualquer religião.
;)
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